Sobre o debate na Globo e os “defensores da democracia”.

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Ainda sobre o debate: o resumo é que acabei dormindo antes do fim. Depois de anos com os mesmos discursos, a impressão é de que os políticos não aprenderam nada.
 
Nem se tivessem recebido 1 milhão de Bolsonaro, poderiam ter feito um favor maior ao próprio. Falaram dele o tempo inteiro, criticando, claro, mas isso para o telespectador cai bem para Bolsonaro que foi vítima de uma tentativa de homicídio, recentemente, e, agora, é perseguido implacavelmente por seus algozes.
 
Seus adversários tratam o feito como se ele tivesse furado o pneu na Rio-Santos. Coisa pouca, de praxe. Rotina.
 
Curioso notar ali a preocupação com o “radicalismo”.
 
De um lado, o PT: uma organização criminosa que tomou uma nação nas mãos de assalto, com o silêncio cúmplice, remunerado ou não, de grande parte da imprensa. Seus únicos arrependimentos: não terem co-optado as Forças Armadas e censurado a imprensa. Um presidiário, condenado em 500 instâncias, dita os rumos da campanha, assessorado por José Dirceu que, insisto, é dos raríssimos casos de homens cujos atos só trouxeram perda e dor ao Brasil.
 
O PT que colocou Dilma Rousseff por 6 anos no poder, sabendo que a própria não conseguiria gerir uma loja de 1,99, e destruiu a economia brasileira, o mesmo PT que dizia que era bom Lula ser “de fora”, ser “não intelectual”, pois era “do povo”, agora diz, de cara limpa, estar preocupado com Bolsonaro e sua “ignorância”.
 
Se eles dizem isso, não há melhor sinal para a campanha de Bolsonaro. Porque Lula e Dirceu sabem, e o dizem para sua marionete, que Bolsonaro é o único impeditivo, no momento, para a retomada total do poder pelos petistas, que farejam a oportunidade como um tubarão o faz com uma gota de sangue.
 
Os outros tratam-se como bons amigos, democratas, todos eles. “Ah, mas eu tenho ficha limpa”, como se mérito houvesse. E como se ter trabalhado para quadrilhas não sujasse moralmente a reputação dos mesmos.
 
Enquanto falavam de radicalismo e suas “preocupações com o clima no Brasil”, consegui ouvir, ao vivo, sem pudores, sugestões de desapropriação de terras, números falsos sobre presidiários brasileiros, defesa aberta e incondicional da liberação das drogas, num debate que acontecia no Rio de Janeiro, onde policiais morrem diariamente para manter o mínimo de salubridade para a sociedade. Era o discurso do “por aqui prende-se demais”, em rede nacional, sem um pingo de culpa nos olhos. E sempre bom repetir: mesmo após o caso Marielle e a não solução do mesmo, insistem em defender o indefensável, o anti-natural.
 
Boulos falando em democracia direta, leia-se: ditadura dos seus amigos, e também preocupado com o autoritarismo hipotético. Eu abriria as portas de minha casa ao Gen. Mourão, sabendo que encontraria um democrata. Ao Boulos, jamais. Pois os verdadeiros filhotes de ditadores se mantém sob a capa manjada dos “equilibrados”.
 
Em nenhum momento, estranhamente, ouvi a palavra Federalismo, que está na ponta da língua de Paulo Guedes em todas entrevistas. Pois só o Federalismo poderia tirar o poder das garras destes senhores que aí estão há décadas como bons companheiros, saboreando seus vinhos importados, brindando à democracia, mas à democracia onde eles estejam no comando.
 
Porque democracia sem os próprios no poder, é autoritarismo.