Por que o motorista do Uber foi espancado?

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Ontem, nas redes sociais, me foi repassado um vídeo que mostra um motorista do UBER, em Porto Alegre, onde o serviço começou recentemente, completamente machucado pela surra que tomou de taxistas. Bráulio Pelegrini Escobar, 40 anos, também teve seu instrumento de trabalho vandalizado.

Cauê Cavalheiro Varella e Alexandro dos Santos Scheffer foram uns dos agressores e estão, temporariamente, presos.

Sabem porque ambos odeiam o UBER? Porque o UBER, assim como o livre mercado, mostra suas fraquezas. São covardes que, diante de um estímulo comercial, vêem no serviço uma ameaça direta aos seus egos e à sua incompetência latente. A liberdade os assusta. Para que melhorar seus táxis, se é muito mais fácil espancar um inocente trabalhador? Para que oferecer um serviço melhor, se é possível intimidar os motoristas do UBER?

No Brasil, isso é completamente compreensível, e até estimulado. O exemplo que vem de cima é: não tenha nada por mérito. Faça o que for possível na marra. Roube, se corrompa, mas seja eleito. Não faça delação premiada, porque isso é coisa de cagueta, de X-9, parceiro! Não estude, aqui está uma cota para a pobre vítima. Tenha horror à liberdade, destrua as boas ideias, apele para sindicatos, para o vitimismo, coloque a culpa da sua falta de habilidade na opressão capitalista, xingue os patrões, ameace de morte os que discordam dos seus pontos de vista. Se possível faça isso sendo um ex-presidente, como Lula incitando o MST; ou faça isso na presença da presidente da República, como Vagner Freitas da CUT; ou num auditório lotado de estudantes, como o professor Mauro Iasi. Nossos representantes políticos tem muito de Cauê Cavalheiro Varella e Alexandro dos Santos Scheffer, há uma simbiose entre a violência estatal e a violência pessoal. Há um culto à ignorância no Brasil, e os troféus são variados: ministérios, cargos, propinas, conchavos e favores.

A cultura da violência no país do desarmamento não é de hoje. Anteontem, um senador da República foi preso no exercício do mandato, o famoso Delcídio do Amaral, mas a imprensa se esqueceu que outro senador já havia sido preso em flagrante: Arnon Collor de Mello, pai do nosso glorioso Fernando, matou um homem dentro do Senado, em 1963. Sim, dentro do Senado.

Cauê Cavalheiro Varella e Alexandro dos Santos Scheffer sabem, assim como nossos governantes, que não ficarão muito tempo atrás das grades. Sabem que o sistema judiciário, com raríssimas exceções, é falho. Sabem que as leis são frouxas até para um assassino.

Cauê Cavalheiro Varella e Alexandro dos Santos Scheffer, como todos nós, nasceram e foram criados para odiar a liberdade, a concorrência, o capitalismo. Eles, como nós, foram criados no capitalismo de comadres brasileiro, onde, no caso, os taxistas ficaram acostumados com uma zona de conforto extremamente ruim para os consumidores. Os bons taxistas entenderam o contexto e melhoraram seus veículos e serviços; os medíocres, na política e dentro de um táxi, continuam a vida rasa que sempre tiveram, com o pior tipo de sentimento que um ser humano pode nutrir: a auto-comiseração. Auto-comiseração que contou com o apoio da maioria dos vereadores de PSOL e PT, em Porto Alegre, que votaram contra o UBER.

Enquanto isso, a população local organiza o boicote aos táxis. Enquanto isso, também em Porto Alegre, a agressão tem o efeito contrário: propaganda grátis e legítima para o UBER.

Seremos um país de “vítimas” com auto-piedade? Ou seremos um país de trabalhadores que lutam para empreender? O UBER é uma reflexão para o Brasil.

 

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