Os globais anti-Globo e pró-Lula

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“O Brasil merece justiça, uma imprensa democrática e solidariedade, não estas que estão por aí”. A solidariedade deve ser “acolhedora e compassiva”, a justiça “apartidária e independente”, e a imprensa, “livre e imparcial”.
 
Foi assim, com linhas deste roteiro cujo redator deveria ser condenado a ouvir as músicas do Chico Cesar pela eternidade, que vi o vídeo de atores globais defendendo não menos corrupção, menos impostos, menos violência ou mais ensino básico. Não.
 
Os atores globais gravaram um vídeo defendendo o sr. Luís Inácio Lula da Silva, que será julgado no próximo dia 24, no TRF-4, por seus advogados “filantropos” cujos honorários poderiam botar comida na mesa de uma família por mais de década.
 
Meia dúzia de pessoas cujos proventos foram em sua maioria gerados por uma empresa de comunicação que, pela vontade do ex-ministro de Dilma, Ricardo Berzoini, teria sido extinta do Brasil. Foi parado pelos protestos espontâneos de 2015 — apenas isso. Não foi por “solidariedade acolhedora compassiva”.
 
Meia dúzia de pessoas cujos mundos giram em torno de si mesmos, como em suas coreografias de balé falido onde dão voltas em torno de si com os braços para cima, numa clara, claríssima, renegação ao talento e submissão ao lacre.
 
Eles são gênios.
Eles são democratas.
Eles são esclarecidos.
Nós, meros mortais, somos o retrocesso. Fracasso. Ódio.
Acreditamos que lugar de criminoso é na cadeia.
Eles são compassivos e acolhedores. Mas o são com bandidos.
 
Defender o Lula trata-se não de defender esta ou aquela ideologia, este ou aquele modo de pensar o país, trata-se pura e simplesmente de cumplicidade com o que houve de pior para a maioria do Brasil.
 
Essa maioria que não tem emprego numa empresa de comunicação, ganhando fortunas, e que usa o tempo ocioso para criticá-la; essa maioria que se arrebenta quando a economia vai pro fundo do poço; essa maioria que mesmo sem saber o que é inflação sofre na pele seus efeitos; essa maioria que vê seus filhos aprendendo que roubar é normal, justificável, permitido — principalmente se forem pobres; essa maioria que é quase obrigada a acreditar que defender valores morais é pecado, e que se você não luta por maconha, aborto e bandido, você não é esclarecido o suficiente.
 
Essa meia dúzia não precisa de solidariedade compassiva acolhedora, precisa é de muita vergonha na cara.
Assista ao vídeo: http://bit.ly/2CSBcp8