A greve da capacidade de pensar

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Há um chamamento para o próximo dia 28, sexta-feira: Greve geral. A greve seria, em tese, contra “esta reforma da Previdência” e para proteger os “direitos dos trabalhadores”. O problema não é o fato de se fazer uma greve, o problema é fingir que não sabemos quem são os atores por detrás do movimento.

O movimento é organizado, coordenado e estimulado pelo que há de mais retrógrado no país: partidos de esquerda, sindicatos que ganharam muito dinheiro no governo petista e com a famigerada “contribuição sindical” — um nome bonito para imposto –, organizações de estudantes fieis ao PT, PSOL e à ideologia de esquerda e, acima de tudo, movidos pelo ódio ao atual presidente da República, que só está aí pelo voto deles, Michel Temer.

Com a ausência de um milímetro de culpa em suas consciências, estes, os que silenciaram-se durante mais de uma década do governo petista, vem agora simular uma repulsa ao “Congresso corrupto” — o mesmo que foi de muito boa serventia durante o Mensalão e Petrolão — e uma defesa dos trabalhadores. Tem a audácia de dizer que são contra “esta reforma da Previdência”, os descarados. São contra toda e qualquer reforma. São os mantenedores de privilégios. São os perpetuadores das castas brasileiras. São os defensores do indefensável.

Vejam que curioso: Lula e Dilma, com o apoio de todos que conclamam à greve, dizimaram a economia brasileira. As estatais, supostamente queridas pelas esquerda de forma ideológica, foram transformadas em pó. Basta ver os Correios (que vai aderir à greve) e Petrobras. O ex-operário que protegeria os trabalhadores tinha trânsito livre com os maiores empreiteiros deste país, com direito a triplex e sítio bancados com dinheiro sujo. Contra isso, nada. O som do silêncio. Fizeram chacota de quem foi às ruas pedindo o impeachment de Dilma, batizado por estes de ‘golpe’.

Ainda em 2015, na época da greve dos caminhoneiros, Dilma os ameaçou — com o apoio de todos que agora vão à greve:

https://www.youtube.com/watch?v=YHT8T4tdOlg

E a ex-presidente também falava que a Reforma da Previdência seria necessária:

Atualmente, e não me surpreendo pelos índices de analfabetismo funcional do país, alguns desavisados (não são poucos) creem que vão às ruas no próximo dia 28 não para defender os partidos de esquerda e a candidatura de Lula em 2018, mas para, de fato, proteger os tais “direitos trabalhistas”. A eles, eu apresento a galeria de fotos abaixo, com todos os atores deste circo, para que eles reflitam se estarão, in loco, com pessoas que desejam e lutam por um país melhor:

Os tais direitos do trabalhador, como o FGTS, que é o derretimento do seu dinheiro, com o Estado lhe confiscando e dizendo que você não tem a capacidade de decidir o que fazer com seu próprio salário, são uma piada. A impossibilidade de patrão e empregado se sentarem à mesa e fazerem acordos individuais de trabalho é assumir que o trabalhador brasileiro é um idiota, e que os empresários brasileiros são bandidos. Enquanto este teatro permanece, com este jogo de palavras lindas na teoria, brasileiros sonham diariamente em se mudar para os EUA, onde não há uma vírgula destes supostos ‘direitos’. Até onde se tem notícia, não há um trabalhador americano que sonhe em vir para a terra dos ‘direitos do trabalhador’.

O ódio dos sindicatos tem alvo cristalino: o fim do imposto sindical, que só no ano passado recebeu R$3,5 bilhões. Bilhões com ‘b’. Dinheiro que sai do trabalhador para sanguessugas. O PT também tem alvo claro: o Palácio do Planalto, em 2018, com Lula. A UNE, MST, mídias compradas e similares tem o mesmo objetivo do PT, pois o partido dos Trabalhadores no poder significa dinheiro no bolso deles. A maioria, provavelmente, quer apenas ‘enforcar’ a sexta-feira para emendar com o feriado da segunda-feira.
No campo da loucura generalizada, até escolas particulares fecharão, pois seus professores não irão trabalhar. Estes atores querem, pois conhecem o jogo político, pressionar o juiz Sérgio Moro para o depoimento de Lula em Curitiba, que seria dia 3 e foi transferido para o dia 10.

Por isso, no campo da política, recomenda-se uma dica do poker: “Se nos 30 primeiros minutos de jogo, você não percebeu quem é o pato da mesa, você é o pato”.

O Brasil precisa decidir se quer continuar sendo um circo a céu aberto. Uma pátria de loucos que repetem palavras de efeito e ignoram a realidade.