O Brasil em busca do tempo perdido

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Marcel Proust escreveu a obra “Em Busca do Tempo Perdido” após comer uma madeleine. O gosto e o cheiro teriam trazido lembranças que o inspiraram a escrever os clássicos.

Diferentemente do romântico romance do escritor, nossa triste realidade só tem a ver com o título e a lembrança vem com o odor de notas de dinheiro usadas. Há uma enorme corrida atrás do tempo perdido. O PT e seus aliados roubaram o que temos de mais valioso na nossa breve passagem por este planeta: o tempo.

Repare em quanto tempo você já teve de perder explicando, lendo, sentindo e sofrendo pelo óbvio nos últimos anos. E, principalmente, nos últimos dias. Não acabou. Nem Nostradamus sabe o que virá pela frente, mas uma coisa é certa: eles roubarão ainda mais nosso tempo e energia.

No último domingo, após acompanhar a exaustiva e vitoriosa votação pelo impeachment, um grande amigo me fez refletir sobre isso: o tempo perdido que levamos para conseguir uma vitória em meio a centenas de derrotas. Com uma década de atraso.

Acabei lembrando de uma situação onde li que um ônibus sem motorista era testado na América e, no mesmo dia, alguma barbaridade do PSOL era dita aqui no Brasil. Não lembro o que era, porque são milhões. Me senti o macaco do filme “2001: uma Odisséia no Espaço”, na cena de abertura, quando o osso vira uma nave. Um choque da pré história com o futuro que não chega.

Naquele instante percebi, mais uma vez, mas com mais certeza ainda, de que existe no país uma categoria profissional de exploradores do atraso. Eu os chamo de urubus da miséria. Eles ficam em voo baixo, esperando, espiando e se jogam na velocidade da luz para sugar a miséria dos brasileiros, o que rende muitos, mas muitos votos e, consequentemente, dinheiro e poder.

Graças aos marxistas empoeirados do PT e similares, o Brasil atolou. O mundo criando, produzindo, empreendendo, caminhando, correndo, voando e a gente aqui, tendo de explicar que Dilma não lutou pela democracia há 50 anos. Tendo de explicar que não existe corrupto de estimação. Tendo de levar a sério o socialismo. Uma geração de jovens que domina a tecnologia não tem ainda mais acesso a ela porque os mesmos marxistas taxam tudo. É tudo ‘item de luxo’. Claro, para eles, dinheiro não é problema.

Os donos do poder tentaram montar um museu a céu aberto, igual Havana, mas eles que enferrujaram, porque a maresia é implacável. Ainda que tarde, a sociedade começou a se movimentar, graças às redes sociais, e começamos a virar o jogo. Pode ser otimismo meu? Pode. Não sei. Mas sei que para o tempo perdido que eles nos roubaram, não há tempo cumprido na Papuda que resolva.