A Imprensa e o Sindicato dos Jornalista abrem as portas para seus algozes: seria cômico, se não fosse trágico.

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por: Alexandre Karamazov

Semana passada, o Sindicato dos Jornalistas recebeu “ativistas”, pais dos mesmos e movimentos inspirados em nada e voltados à prática do absurdo. Sob gritos, ofensas e discursos de adolescentes mimados, com país aplaudindo seus filhos irracionais e imaturos, os jornalistas foram expulsos de sua própria casa. Não custando lembrar que, em Fevereiro, um cinegrafista, Santiago, foi morto por black blocs, enquanto trabalhava.
Para ilustrar, de uma forma exagerada, tal convite seria como se os judeus, em 1945, abrissem as portas de suas representações para o alto comando nazista discursar, acompanhados de seus pais e movimentos de apoio ao regime de Hitler. Tal situação, para variar, só podia ter acontecido no Brasil. A terra do surrealismo. O Itamaraty deveria processar a família de Salvador Dali, por infringir nosso direito autoral, artístico e moral de tudo que envolva a palavra “surreal”. Que a Dilma mande convocar o embaixador sediado na Espanha, rápido! E que faça medida provisória para trocar o “Ordem e Progresso” para “Surreal ad aeternum“.

Tais pessoas e grupos são, direta ou indiretamente, favoráveis aos ataques, físicos ou morais, à mídia. Os pais de Elisa Quadros, a “Sininho”, dizem-se fundadores do PT — partido com alto índice de repulsa à liberdade de imprensa, e muitos manifestantes são militantes próximos do PSOL (nascido de descontentes com o PT, ou seja, mais radicais que os petistas), partido que conta com grande apoio do cidadão fluminense, que adora falsos heróis e cai, repetidas vezes, nos discursos vazios e rasos dos partidos ditos de esquerda, sem nem saberem que PSOL é sigla de “Socialismo e Liberdade”, duas palavras que nunca antes haviam se encontrado, por não coexistirem.

A imprensa, há um bom tempo, embebida em uma culpa que só Freud explica, abriu espaço em seus jornais impressos, televisivos e digitais para toda sorte de extremistas. É curioso que os mesmos espaços debochem de um Jair Bolsonaro — extrema direita — e levem a sério figuras patéticas “esquerdistas” e “anarquistas”. É óbvio que não deveriam ter dado espaço, nem por um nano segundo, a personagens que tem assumido ódio pela liberdade de imprensa. O jornal “O Globo“, após cumprir seu dever de denunciar eventual envolvimento de Marcelo Freixo com black blocs e a Sininho, teve este “complexo de culpa” e abriu espaço para o Freixo se auto-defender e auto-promover, além de insultar o próprio jornal. Alguma semelhança com o que fez o Sindicato de Jornalistas na semana passada? Sem falar na foto de Caetano “Black Bloc” Veloso, que também escreveu, defendendo o Freixo, críticas ao próprio jornal. Hipocrisia? Imagina!

Enquanto a imprensa, como um todo, não perceber que o país vive um ciclo de repetição extremista, seja com Sininho ou Bolsonaro — que pelo menos é eleito democraticamente e faz oposição ao governo mais corrupto da história brasileira –, e que é preciso “atentar e vigiar” por sua própria existência, tais eventos absurdos voltarão a acontecer.
Acima de qualquer “complexo de culpa”, por editoriais que apoiaram o regime militar, a imprensa deveria se auto-valorizar, tendo em mente que, não fosse por ela, o Brasil estaria entregue às trevas da ignorância e falta de informação. E a população informada sabe disso e está do lado dela. Deixem este “complexo de culpa” de lado, ignorem ataques ignorantes que acusam o veículo “A” ou “B” de “fascistas”, “imperialistas”, “manipuladores das massas” e continuem fazendo seu trabalho, com a responsabilidade única de reportar os fatos, deixando a interpretação para o leitor ou espectador.

Aos que querem atacar o SBT, Globo, Record e Band: peguem sua maior arma, um controle remoto, e desliguem a TV. É mortal.
Aos que querem destruir a Folha, Estadão, O Globo e O Dia: Não acessem seus sites, não pisem numa banca de jornal para comprá-los.
A imprensa e seus respectivos veículos não são obrigatórios, ao contrário dos impostos, absurdos, que não servem para absolutamente nada, roubados diuturnamente por aqueles que a mídia denúncia todo dia: corruptos.

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