Racismo é crime, a não ser quando é de esquerda

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Não conheço o recém eleito vereador Fernando Holiday (DEM) do MBL, amigos meus, no entanto, o conhecem e votaram nele, por acreditarem que ele defenderá ideias liberais na câmara de vereadores de São Paulo. No Rio, por exemplo, foi o que fiz com o vereador Leandro Lyra, do NOVO. Um é negro, outro é branco, um é gay outro não é. A questão fundamental que a esquerda ignora é a defesa das ideias: pouco importa, para o eleitor, a cor de pele, sexualidade e condição social. Ambos entram prometendo defender a menor minoria de todas: o indivíduo.

E este texto vem denunciar o racismo descarado do blogueiro Marcos Sacramento, que escreve para o Diário do Centro do Mundo, blog que está ‘chateado’ com o governo Temer porque cortaram os patrocínios do site, que, só em 2015, recebeu R$194 mil do pagador de impostos.

Em artigo com o título inacreditável “Quantos mandatos Fernando Holiday do MBL cumprirá até tornar-se negro?“, o autor segue o caminho de outro blogueiro petista — Paulo Henrique Amorim, que acusou o jornalista da Globo Heraldo Pereira de ser um “negro de alma branca”, e teve de pagar R$30 mil, por decisão da justiça — e acusa Fernando Holiday de defender algo que “Parece mais o discurso de algum milionário branco de 60 anos, bisneto de latifundiários e com residência de inverno em Campos do Jordão“.

A esquerda que adora usar as palavras “casa grande” e “senzala”, se comporta, com gays, negros e pobres, como um verdadeiro senhor do engenho, que chicoteia moralmente todos destes grupos que não se ajoelham diante deles para lhes agradecer e pedir a benção. Pensam que todos, assim como eles, devem ser escravos de ideologias e ideias de outros séculos. Querem companhia para vestir as correntes que os atrasa a ponto de defender o PT e o socialismo, em 2016; e ainda estranham estarem ficando cada vez mais sozinhos nessa.

O racismo, quando é de esquerda, não só é ignorado como aplaudido. Assim como quando agrediram a repórter Zileide Silva, da Globo, no dia em que Dilma foi afastada do cargo, e ninguém falou nada. Os exemplos são intermináveis, o silêncio cúmplice e covarde dos grupos que supostamente existem para defender estas ‘minorias’, idem.

Racismo, homofobia, machismo e violência só partem da direita, quando vem da esquerda é “manifestação legítima de questionamento”.

Curioso, também, que um autor de blog declaradamente petista venha dizer algo de milionários brancos de 60 anos, latifundiários e com residência de inverno em Campos do Jordão, porque me lembrei imediatamente de José Carlos Bumlai, amigo de Lula e tudo que ele representa. E de um sítio e triplex cujo dono anda fantasmagoricamente desaparecido.

Tudo isso só deveria mostrar ao Fernando Holiday que ele, independentemente do que pensa sobre isso, está no caminho certo: o da liberdade intelectual, da independência de pensamento e que terá muito trabalho num país ainda dominado pela minoria esquerdista. Em seu lugar, processaria o autor do texto hoje, e doaria o valor, que certamente será ganho, para alguma causa nobre.

E eu pergunto ao Marcos Sacramento do DCM: quantos anos você levará para perceber que, antes de ser da cor A ou B, da classe C ou D, da sexualidade Y ou Z, você é um ser humano que deveria respeitar as ideias alheias, mesmo quando —  o que seria justo — deseja confrontá-las e divergir das mesmas? Quantos anos, afinal, levará para tornar-se um bom caráter? Quantos anos levou o seu alvo, o Holiday, para perceber tudo isso e, ao menos, tentar melhorar o Brasil? Parece que é você que precisa correr atrás, meu caro.