Os “presos políticos”: como transformar algozes em vítimas, diante de uma sociedade perdida.

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por: Alexandre Karamazov

Foram incontáveis horas de escuta, dezenas de testemunhas, sendo 11 ex-participantes do movimento, 3 deles com maior relevância, incluindo um policial infiltrado, da Força Nacional de Segurança, milhares de horas de investigação pela Polícia Civil, tudo em conjunto com o Ministério Público, mandados de prisão emitidos por um juiz. A investigação começou em Junho de 2013, e não foram, portanto, “presos da Copa”. Consequência: 23 pessoas presas por atos ilegais. Nenhuma foi presa por gritar que o governo é corrupto (Se assim o fosse, este que vos fala já estaria atrás das grades), portanto “preso político” é algo absurdo, tão risível que o consulado uruguaio (país com governo federal de esquerda) enxotou a advogada Eloisa Samy de lá.
Mas são tempos onde o absurdo, o surreal, triunfa, ditando os rumos de nossa rotina, nossa vida real do dia a dia. Tanto que na última quinta-feira feira (24), Elisa Quadros, a “Sininho”, nossa “revolucionária” mór, saída das mesas do Baixo Gávea, do alto de sua propriedade intelectual e biográfica, estava em uma reunião para discutir a “relação entre manifestantes e a imprensa” , como se a imprensa, não cansada de ter seus direitos cerceados por qualquer idiota, se ajoelhasse frente à uma pseudo-ativista, para negociar. Ora, desde quando a imprensa necessita de autorização para publicar os acontecimentos? Desde quando a democracia se curva frente a adolescentes mimados, saídos das profundezas de conhecimentos superficiais com apoio de partidos de extrema esquerda? Quando é que a sociedade se perdeu no Brasil, a ponto de todo este surrealismo acontecer? É inconcebível que uma menina mimada, como diria Cazuza, seja levada a sério por qualquer pessoa, autoridade, órgão, instituição que seja. Com exceção da polícia, que o fez e foi desrespeitada, mais uma vez, no famoso “prende e solta” do judiciário brasileiro.

Aqui é necessário um adendo com características brasileiras, principalmente cariocas: 3 foragidos da justiça (Eloisa Samy e mais dois) foram levados, nesta semana, por uma deputada estadual do PSOL (tinha que ser), Sra. Janira Rocha , (parlamentar acusada de ter funcionários fantasmas), em um carro da ALERJ, após terem o asilo negado. Uma funcionária pública, paga com dinheiro público, levando foragidos (à época) da justiça, com plena ciência da parlamentar que, aos berros, nem tentou se defender, apenas “bateu no peito” e assumiu que o fez. Tal uso do carro e dinheiro público dará em alguma coisa? É evidente que não. Esta mesma parlamentar estava no restaurante Spaghettilândia, Centro do Rio, na última quinta-feira (24), junto de alguns “ativistas”, comemorando a libertação dos mesmos, graças ao desembargador Siro Darlan, também funcionário público, pago com dinheiro do contribuinte, que deu as costas à sociedade e priorizou o interesse de pessoas pegas em flagrante, cometendo, planejando e comemorando crimes. Durante meses. Será que o desembargador apareceu para um choppinho?
Auto-intitulados “presos da Dilma”, os “ativistas”, principalmente “Sininho”, sempre contaram com o apoio de um falso paladino da Justiça, Marcelo Freixo, que será merecedor de um texto aqui em breve. Freixo, em 2010, quando perguntado em quem votaria para presidente, em eventual segundo turno, não titubeou e afirmou que era dilmista, por motivos ideológicos. Portanto, o maior aliado político dos “presos políticos”, PSOL e seus parlamentares, é alinhado com o PT. O PSOL veio das costelas do partidos dos trabalhadores, e isso não poderia dar em boa coisa e, de fato, não deu. Tanto que os membros dos movimentos de protesto, FIP, MEPR e OATL, não permitem a presença de políticos, com exceção do PSOL.
Em Fevereiro de 2014, um homem foi morto durante seu trabalho, que era documentar imagens através de sua câmera. Com Santiago Andrade, cinegrafista da Band, morria mais um pedaço da frágil democracia brasileira, que, antes mesmo de sua morte, já tolerava abusos e ataques à imprensa, com total apoio das ditas “mídias independentes”, patrocinadas indiretamente pelo PT. Quanta contradição…Chegando ao ápice de Pablo Capilé, líder da “Mídia Ninja”,  aparecer em fotos com José Dirceu (presidiário da Papuda, também auto-intitulado “preso político”). E é preciso dizer: com apoio de jornalistas também, pessoas que deveriam saber a importância da liberdade de imprensa, no principal grupo do ramo na internet, passam a mão na cabeça de todos, condenam a prisão, inclusive dos assassinos do Santiago, acham que a “mídia golpista” tem mais é que apanhar (Registro rápido: a maior parte dos que proferem este absurdo é militante do PSOL ou ligados a partidos de extrema esquerda), e pregam um discurso de inveja misturada com raiva por qualquer profissional que trabalhe na imprensa normal. Quanta hipocrisia…
Certos grupos realmente acham romântico o outro lado da lei, o que é extremamente bonito em um filme de Hollywood, mas é terrível na vida real. Quando uma investigação de meses é jogada no lixo, com a canetada de um desembargador leniente, desde sempre, com a ilegalidade, que joga para a platéia, ao invés de prestar contas à Constituição, é sinal de algo está muito errado com nossas percepções, como cidadãos.
Não, não são presos políticos. São presos. Seja Zé Dirceu ou Sininho (eventual futura candidata à presidência? Quem sabe? Se Dilma pode, por que não? Dirá que lutava pela “liberdade”). São indivíduos conscientes, que acreditavam piamente no que faziam, envolvidos na prática de desafiar a lei, sem temer as consequências. Foram presos, em um país onde é preciso implorar para ir para a cadeia, então, não, não queiram colocar o delegado, o MP, o juiz, como carrascos. Carrasco seria um grupo que incendiaria um prédio, com pessoas dentro, sem pensar duas vezes. 
Por falar em prédio público, a UERJ, faculdade bancada pelo dinheiro do contribuinte, foi palco, nesta semana, de um encontro da FIP, e dentre os temas levantados e acordados, estavam: “voltar às ruas para destruir o Estado e estudar uma forma de o movimento punir os juízes que estão deferindo as prisões”; deve haver também: “combatividade sem negociação”; e, antes de saberem da decisão do desembargador, “formas de causar tumulto nos presídios”; e, para o futuro, interferência em comícios políticos, com infiltração de membros nos atos, causando tumulto e quebra-quebra; e buscar atrair o apoio dos Sindicatos. Ou seja, nós, contribuintes, pagamos a conta da universidade para que grupos, ao invés de estudarem, discursem abertamente contra o estado democrático de direito e planejem terrorismo. Porque não há outro nome no dicionário para isso.
No grupo MPER, segundo afirmam em sua página no Facebook, as máximas de seus ideais revolucionários são Mao Tsé-Tung e Josef Stalin, dois dos maiores genocidas da História. O MPER tem em seu “currículo” o fato de ter marchado contra o Consulado dos EUA no Rio, jogado pedras e coquetéis molotov contra o prédio, além de quebrar bancos e um McDonald’s, em 2003, feito comemorado e lembrado após 10 anos, com expressões de envergonhar qualquer um que já tenha passado da puberdade. São anti-imperialistas, anti-capitalistas, “anti-tudo” e, mesmo assim, mantém uma página no Facebook, expoente máximo do capitalismo americano.
Este ranço esquerdista, que contamina mentes e corações, inclusive de professores e através de professores, é um câncer nos pulmões do Brasil. Nosso país, ao contrário de grande parte dos vizinhos, não tem e nunca teve vocação para as paranoias contraditórias de Marx e seus discípulos. Eles pertencem ao que houve de mais atrasado na história recente, e estes partidos, ditos de esquerda, com uma mente no século passado, continuam perpetuando este falso ideal de “igualdade”, “justiça”, “revolução”, “quem bate cartão não vota em patrão” e outros, sob muitas aspas, para os jovens de todas classes e rendas, tornando a manipulação ideológica de jovens em um dos mais graves crimes morais existentes. 
O movimento perpétuo de auto-vitimização, somado ao movimento de personificação de heróis de areia, que não se sustentam, seja Dirceu, Lamarca, Freixo ou Sininho, prova o quão atrasado o Brasil está, o quanto de educação e cultura ainda são necessários para nos tirar das trevas de ideologias de sistemas falidos, e passarmos por um “iluminismo”, atrasado, porém necessário.

O descontentamento com a situação política no Brasil é divulgado sistematicamente pela imprensa.
É através da imprensa, independentemente de qual veículo, que a população, inclusive os “manifestantes” citados, fica sabendo dos crimes do poder público. Não fosse a imprensa e sua incansável natureza de trazer luz às sombras, o país estaria muito pior do que se encontra.
É extremamente simplista culpar a imprensa, xingar uma repórter da TV Globo na rua, bater em fotógrafos na saída do presídio, assassinar cinegrafista, mas parece que, para determinadas pessoas desprovidas de inteligência, e com alta taxa de cinismo, este é o caminho mais fácil. Este perfil de ódio à imprensa, que encontra eco nos setores radicais do PT e outros, tende a agradar inúmeros setores da sociedade. Seja desembargador, professor, filósofo, político, o que não falta, no Brasil, são pessoas que detestam a liberdade de imprensa.

Siglas – Fonte: Polícia Civil:

FIP – Frente Independente Popular – Organização que abriga vários grupos de manifestantes e defende a violência em protestos. Comandado por Elisa Quadros, a “Sininho”.
OATL – Organização Anarquista Terra e Liberdade – Organização que reúne alto número de professores, entre eles Camila Jourdan.
MEPR – Movimento Estudantil Popular Revolucionário – Adepta da doutrina maoísta, também defende a “causa palestina”.

Foto de pequena reportagem (12/02/2014), “O Globo”, que reflete bem a contradição de “Sininho”:

Leia mais:
Testemunha e ex-Líder da FIP chama Siro Darlan de viado: http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-07-24/ex-lider-da-fip-e-a-principal-testemunha-em-inquerito-contra-ativistas.html

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