O lado bolivariano do plano de governo de Lula, Dirceu e Haddad

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Um grande amigo me chamou a atenção para alguns pontos do plano de governo do candidato Fernando Haddad, que veste o manto de democrata equilibrado. Hugo Chávez estaria orgulhoso de seus pupilos. O plano deveria se chamar “Pacote de Vinganças”. Contra o Temer, a democracia, o Judiciário e a imprensa.
 
VINGANÇA CONTRA TEMER E A DEMOCRACIA
O plano começa dizendo que tudo criado e aprovado democraticamente no governo Temer será revogado. Sem meias palavras. Boulos deve estar feliz.
 
Vêm as partes mais perigosas: “a Reforma Política com participação popular. (…) sob pena de agravamento das forças fascistas e autoritárias”.
 
Vejam: os autoritários preocupados com um suposto contra-autoritarismo. A palavra fascista foi adicionada para agradar a vice-candidata feminista que abriu mão da candidatura por um homem machista que está preso, provavelmente.
 
E claro: tudo que tenha a palavra popular, vindo da esquerda, é: nossos amigos, nossa trupe, nossos comandados, nossos lacaios. Ou vocês acham que um “conselho popular” do PT vai colocar um conservador ali no meio para opinar democraticamente? Evidentemente que não.
Eles seguem em frente com a sugestão de “novos mecanismos deliberativos”, que “contribuam para a elevação da consciência cidadã, inclusive pela internet”. Consciência cidadã, em português claro, é ter a consciência de concordar com tudo que o PT pensa e ordena. Haddad tem consciência cidadã e por isso é um candidato fantoche de um presidiário — mais ou menos isso, entenderam?, só que para todos nós.
 
VINGANÇA CONTRA O ESTADO E O PODER JUDICIÁRIO
 
No ponto 1.1.3, sob o belo nome “Reforma do Estado”, há sugestão para “estimular ($$$) a participação e o controle social em todos os poderes da União, Ministério Público (!) e para direcionar a ação política às necessidades da população” e completam com chave de ouro: “os órgãos de controle (…) passaram a extrapolar suas funções”, pois a “pauta anticorrupção não pode servir à criminalização da política e nem legitima a adoção de JULGAMENTOS DE EXCEÇÃO”.
 
Estão tratando Lula, Cunha, Dirceu e similares como vítimas de uma perseguição macabra do Judiciário, coitados. Foram julgamentos de exceção, meus caros. São presos políticos, só porque lutaram por mais pobres andando de avião, claro.
 
E afirmando que controlarão os tribunais com lupa. Os democratas do amor o fazem sem corar as bochechas de vergonha.
 
Há, inclusive, sugestões liberais de corte de benefícios, mas estranhamente só citando juízes, em claro recado ao Sérgio Moro e ao STF. Porque Haddad é democrata, mas não há quem resista a um pouquinho de vingança, não é verdade? Somos todos humanos.
 
VINGANÇA CONTRA A IMPRENSA – REDE GLOBO
 
O ponto 1.3 é, na minha opinião, o ápice do autoritarismo verdadeiro, é o PT sem maquiagem, de cara limpa, sob o sol forte do meio dia. Este é o PT que os que temem pela perda da democracia deveriam se atentar.
 
Eles insistem naquilo que admitiram ser um dos seus dois erros durante os governos Lula e Dilma: a censura da imprensa, mas sob o nome “regulamentação” e o não controle sobre as Forças Armadas, promovendo generais simpáticos à causa.
 
E ressalto: as manifestações de 2015, salvo engano em Março, foram a única interrupção real do então ministro Ricardo Berzoini, que estava abertamente admitindo que começaria na prática a censura aos meios de comunicação.
 
Por isso, o PT, em seu plano de governo, o faz de forma descarada, dizendo que: “Nos 6 primeiros meses de governo”, ou seja, é prioridade, “fazer uma proposta sobre novo marco regulatório da comunicação social eletrônica, a fim de ‘democratizar’ largamente a comunicação social e impedir que beneficiários das concessões públicas e controladores da nova mídia restrinjam o pluralismo e a diversidade”.
 
Traduzindo: pluralismo, diversidade e democratizar do PT para o português: eles querem que a imprensa diga exatamente o que eles mandarem. E agora vão além: querem que as redes sociais façam o mesmo. Que belíssimos democratas, não?
 
E dizem como o farão: “sob meio de um órgão regulador com ‘composição plural’ e ‘supervisão da população’ para evitar sua ‘captura por qualquer tipo de interesse privado”.
 
Imaginem se nesta “composição plural” chamariam o Olavo de Carvalho. Se nesta “supervisão da população” chamariam o Sr. José, agricultor, contra o aborto, pró-armas de fogo, e contra as drogas. Imaginem.
 
Mas o melhor é o final, a parte do “evitar sua captura por qualquer tipo de interesse privado” — isso é exatamente o que o povo brasileiro fez e fará nas urnas, para proteger o Brasil do interesse privado de um presidiário e seus asseclas. Os verdadeiros autoritários, os verdadeiros famintos por vingança.
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Tudo que o PT sempre sonhou, explicado. E aplicado!