Lindberg Farias – ex-cara pintada, atual cara de pau, de férias em Buenos Aires.

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O revolucionário Lindberg

 

Lindberg Farias, ex-presidente da UNE, ex- cara pintada, ex-defensor de impeachment, ex-prefeito de Nova Iguaçu (onde não deixou saudades, e lhe rendeu processos, inclusive de fraude à previdência) e, agora, exímio cara da pau. Em texto recente no Facebook, Lindberg soltou sua prosa e opinou sobre a política argentina e brasileira. É um texto para o leitor mais atento ir à forra. 

Veja o texto:

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Radicalização política é o clima, segundo o nobre e distinto senador. Por que chegou a este ponto? Na Argentina e no Brasil, quem jogou gasolina na fogueira dos dois países? Será que é coincidência o populismo dos Kirchner e de Lula/Dilma ter causado o radicalismo em nossas sociedades? É evidente que o senador sabe a resposta, afinal ele é causador e conhecedor da estratégia, a mesma há milhares de anos: pão e circo. Bolsa família e futebol, em 2015. No trecho onde menciona o promotor assassinado, como se fosse a coisa mais natural e rotineira do mundo, ele escreve como se assinalasse um item em sua compra do mês, ele ainda parte para o velhíssimo argumento de “conservadores e a direita argentina” estarem se “aproveitando da ‘crise'” — crise!? Tudo indica que mandaram matar o procurador e isso se chama “crise”? — para “tentar desestabilizar o governo”. Este argumento parte do pressuposto de que a população não possui inteligência por si só, ou seja, se há protestos, é por orquestração da tal direita invisível. Ou apoiada pelo grupo Clarín (uma espécie de organizações Globo de lá), que faz oposição ao governo, com razão, e já dando mostras da opinião dos petistas sobre o que vão fazer à imprensa aqui, em breve. Daí, Lindberg, um gênio da oratória, expande esta direita invisível à toda América Latina — tomada por esquerdistas populistas, estes sim organizados e reais, além de assumidos — e chama, numa linha só, todos os povos descontentes com seus governos de “movimentos golpistas”. Se levarmos a sério esta linha de raciocínio, o Hitler foi derrubado por um ‘mundo golpista’, tinham de ter deixado o pobre homem governar a Europa, África e o que mais ele quisesse. Lindberg adjetiva governos populistas de “populares”. Lula é popular? Quem tem um tríplex no Guarujá é povão? Quem vai para Buenos Aires curtir o 14o salário de parlamentar é humilde? Quem mora no Leblon é da ralé? Dilma com seus 100 mil reais debaixo do colchão é popular? 

E a parte mais preocupante, após ele achar que o “golpismo argentino” vai animar o “golpismo brasileiro” via PSDB — o partido mais calmo e lento da história política–, ele fala em “organizar as forças populares”, leia-se forças pagas pelo PT: CUT, UNE, MST, MTST, e toda sorte de pessoas que se sustentam, como ele, com dinheiro do brasileiro pagador de impostos. Para começar a fechar seu texto com chave de ouro, ele não poderia fugir da clássica solução: “fazer com que os mais ricos paguem a conta pelo reequilíbrio fiscal, porque é o justo a se fazer”; justo para quem? Aonde isso funcionou? Quer cortar na carne dos ricos? Se demita. Abra mão do seu salário, um valor que ofende qualquer brasileiro trabalhador. Deixe de viajar em voos da FAB, não use suas mordomias parlamentares e abra mão do seu foro privilegiado, ainda mais com seu nome nas listas de parlamentares que receberam dinheiro de empreiteiras, segundo investigações da Lava Jato.

Por fim, o senador afirma que “surgimos para defender o povo mais pobre”; é o xeque-mate na paciência e inteligência de qualquer alfabetizado que aguentou lê-lo até aqui. Os petistas passaram tanto tempo na crista da onda, sem serem incomodados, que o mesmo ainda tem a audácia de dizer uma mentira dessas em público. Quando todos já sabem que isso é falso, que ele é uma fraude, que o partido dele é uma quadrilha, que seus superiores hierárquicos vão cair, em breve, e ele não terá a quem recorrer. Não haverá Lula, Dilma, Dirceu, Delúbio, Genoíno e cia. E quando o Brasil já começa a perceber que o populista ama tanto os pobres, que os multiplica, como bem disse Gloria Alvarez.

 

P.S.: como bem observou algum leitor nos comentários da postagem original, é preciso tirar o chapéu para o senador ao menos em um quesito: o domínio da língua portuguesa. É raríssimo ler tantas bobagens de forma bem escrita, com pontuações corretas e sem um erro. Dê aulas particulares aos seus colegas.