Atentado contra o jornal Charlie Hebdo – Uma AK-47 contra a liberdade, e a conivência de alguns brasileiros.

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(“100 golpes de facão, se vocês não morrerem de rir”)
 
 
A melhor forma é o diálogo” – Dilma Rousseff, em discurso na ONU, sobre a melhor forma para lidar com terroristas.
 
Hoje, terroristas mataram cartunistas, jornalistas, civis e policiais em Paris, na sede do jornal de sátiras Charlie Hebdo. Eles já haviam sido bombardeados em 2011. Pelas redes sociais brasileiras, o discurso de Dilma não só encontra eco, como encontra “alunos” do pensamento dilmês: a professora da USP, Arlene Clemesha, comentou o seguinte: “Esse jornal deveria compreender que isso não se faz, é atrair o problema. É claro que não estou defendendo os ataques, mas não se deve fazer humor com o outro”; e um professor da UERJ, Williams Gonçalves, foi além: “Quem faz uma provocação dessa não poderia esperar coisa muito diferente” – ambas as frases foram percebidas por Leandro Narloch, de VEJA, em entrevistas dos dois professores na Globo News. Cara Arlene, se o humor não for “feito com o outro”, será feito com quem? Com o espelho? Caro Williams, é claro que poderiam esperar coisa diferente, porque aqui mesmo no Brasil, quase anualmente, esquerdistas extremos profanam símbolos sagrados católicos, para ficar em um exemplo, e ninguém é assassinado. No mínimo, o jornal poderia esperar indiferença ou, no máximo, um processo do qual sairia vitorioso. Esses são professores de duas das maiores “escolas de pensamentos” do país, e isso já um claro indicador de como as coisas vão mal por aqui. 
 
A liberdade de expressão é um dos maiores valores para o mundo civilizado, e abaixar a cabeça para este ato covarde, vil, criminoso e terrorista é começar a pensar como terrorista, é pensar como Dilma, como estes professores citados e como incontáveis brasileiros nas redes sociais – é absurdo o número de comentários  vindo da escola de pensamento do “não merecia ser estuprada, mas com essa saia tão curta” – o que, por si só, já é um sinal de derrota de nossa civilização. Os jornalistas não cometeram nenhum crime, não obrigaram ninguém a ver suas charges. Ponto final. O policial que foi abatido no chão, desarmado, caído e sem nenhuma chance de defesa contra uma AK-47 que foi utilizada sem nem um milissegundo de hesitação, que o diga.
 
 
Não existe culpa, não existe justificativa, não existe nada de errado por parte da equipe do Charlie Hebdo. Os terroristas identificados pela polícia francesa, enquanto escrevo, são: Said Kouachi, de 32 anos, e Sharif Kouachi, de 34 anos, irmãos de origem argelina nascidos nos arredores de Paris, e Hamyd Mourad, de 18 anos, um sem-teto de origem desconhecida, nascido em Reims, que serviu como motorista durante o atentado.

Existe um abismo de cultura e educação em nosso país, que faz com que pessoas em pleno conforto defendam um assassinato em Paris. Com o agravante de termos a única presidente do mundo que defendeu o diálogo com estes psicopatas fantasiados de religiosos. Se Dilma fosse uma anônima no Facebook, e o destino tivesse nos poupado de seus governos, provavelmente seria (mais uma) postadora de comentários do tipo “fizeram por merecer”.
Vindo de um governo que em breve irá aplicar a “democratização da mídia”, ou seja, “publique o que queremos, quando quisermos, ou cale-se”, faz muito sentido não entender o que é liberdade de expressão. E vindo de uma parte do povo que vota no PT, idem. 
 
P.S.: ideia: todos os jornais do mundo deveriam publicar a mesma charge em suas capas amanhã: a que deu origem a esse ato covarde. Seria a melhor resposta da imprensa.
Por: Alexandre Karamazov
 
 
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