A República de joelhos

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O principal pilar deste edifício gigantesco chamado democracia, é o voto. E ele acaba de ruir.
 
Ontem, o STF, pela enésima vez, virou as costas à população, e quebrou este pilar ao meio. Acabou com o voto impresso nas próximas eleições. Como de praxe na política, usaram argumentos supostamente razoáveis, contra possíveis meios de fraude, para disfarçar o golpe.
 
Hoje, com microcâmeras a preço de banana no Mercado Livre e os celulares que todos têm, a suposta “preocupação” com a compra de votos e similares já deveria existir. A impressão do voto, algo tão óbvio e elementar que só prova a malícia dos doutos ministros, não mudaria isso. Na pior das hipóteses, continuaria como está.
 
O Legislativo, Casa onde, na teoria sempre maravilhosa, estão representados os brasileiros, decidiu pelo voto impresso. Projeto inclusive do atual líder de pesquisas eleitorais, e primeiro candidato de direita em décadas. Isso foi em 2015.
 
Em 3 anos, este mesmo país que sediou Copa e Olimpíadas, ainda que super-ultra-faturadas, tem a audácia de dizer para a população que o voto impresso era difícil e caro para implementar. Já era um escárnio, pois o dinheiro é nosso, do pagador de impostos que, via Legislativo, optou pela transparência do voto impresso.
 
Vem o Judiciário, que nada tem a ver com o tema, e tira do cidadão a única arma — pois nem arma de brinquedo o cidadão desta terra pode ter mais — que ele tem para se defender: o voto. Menos de uma dúzia decidem o destino de milhões.
 
O Brasil, há muito, não consegue ter paz. É uma crise atrás da outra, a população, com razão, fica cansada, irritada, cínica, desacreditada com o suposto “funcionamento das instituições”. Quem tem condições, vai embora do país, quem fica é vítima deste teatro, desta trama perversa onde os donos do poder, dentro de suas trincheiras aparentemente legítimas, disparam contra a população a todo instante.
 
Tiraram, os doutos ministros, o último pedaço de corda que poderia levar este país a algo próximo de uma “paz social”.
 
Parabéns.